quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Adoro quando as noites me surpreendem


Nada previa este desfecho.
Esta noite tinha saída, jantar com algumas amigas, embora o objectivo principal fosse passar naquele bar. Um bar que nem me seduz nada, mas comprometi-me a aparecer e a causa também era mais que valida.
Durante o jantar do dia anterior, falaram-me que ias aparecer lá, tinha as minhas dúvidas, sinceramente não acreditei que aparecesses.
Lembrei-me da primeira e única vez que te vi depois de tudo terminar. Já não te via à quatro meses e apareceste sem eu contar, sem estar à espera. Foi num evento de uma amiga comum. Vi-te entrar com esse olhar que me embriaga e desviei o meu, senti-te aproximar, vieste me comprimentar e senti o meu coração disparar em todas as direcções o meu corpo tremia tanto que tive medo que o sentisses. Afastei-me, fui conversar com umas colegas, só para me manter ocupada. Fui buscar uma taça de champanhe e cruzei-me contigo, mesmo de frente, desviei o olhar, fugi, observava-te de longe, conversavas com uma amiga minha, e confesso que senti um pouco de ciumes...depois desapareceste e os meus olhos procuravam-te por todo o lado, mas já tinhas saído.
Lamentei não ter falado contigo, zanguei-me, fui infantil, fui parva, idiota, devia ter agido com naturalidade, ter disfarçado, mas não consegui, eu queria, mas o corpo não me levou a ti, o peito ainda batia forte, desesperado, ainda te chamava...Talvez o factor surpresa tenha provocado isto, ou talvez não.
Bem, mas isso já passou, e hoje depois de outro tanto tempo, vou sair, vou tentar divertir-me.
Hoje até me sinto bonita, aliás vou por-me mais bonita do que me sinto, a causa da minha saída merece.
Tomei um banho relaxante, vesti o meu top amarelo, que diga-se de passagem, tem um decote bastante atrevido, as calças brancas e umas sandálias de salto alto também brancas. Senti-me uma jovem. Preparei-me para mim, coisa que raramente faço.
Chegamos ao restaurante e pedimos jantar para quatro. O ambiente era agradável e a conversa interessante, e é claro que passou por ti. Uma das minhas amigas confirmou o que eu tinha a certeza, tu não irias ao bar, tinhas lhe dito esta tarde, mais do que uma vez afirmaste que não.
Foi um jantar muito agradável a comida estava deliciosa, o Muralhas melhor ainda, bebemos razoavelmente bem, tomamos café e como não podia faltar, um licor beirão com duas pedras de gelo. No final ainda aceitamos o desafio do dono do restaurante para experimentar o shot da casa. Sempre que bebo um shot fico no ponto. Sim, já me sentia a chegar aquele ponto que eu gosto de estar quando saiu e quero divertir-me.
Entretanto já tinha recebido várias chamadas das minhas colegas que se encontravam no bar, fiquei de la estar ás 23horas e o relógio já marcava mais uma.
Saímos do restaurante e ainda passamos num café, eu e uma das minhas amigas dirigimos-nos ao bar, que estava completamente cheio, impossível alguém se mexer, tinha realmente superado as nossas expectativas.
Os meus colegas estavam mesmo na entrada, eu sentia-me bastante alegre, obviamente com a ajuda do álcool que tinha ingerido, pronta para me divertir, era esse o propósito.
Fui buscar uma bebida, vodka limão, para acalmar o calor que percorria o meu corpo e para acalmar o meu pensamento, não queria pensar em nada, embora tu insistisses em permanecer na minha cabeça.
Olhei o relógio do telemóvel, marcava 2h, não pensei em mais nada, apenas que te queria ali. Quando dei conta já te tinha enviado uma mensagem a dizer para ires la ter. Imaginei que já estarias em casa, provavelmente a dormir, mas ficaria a certeza de que no dia seguinte irias saber que eu te desejei.
Poucos minutos depois, ouço o meu nome, mesmo atrás de mim, virei-me e la estavas tu, lindo, com um sorriso aberto, e aquele olhar que tão bem conheço. Caí nos teus braços, um impulso levou-me a abraçar-te e ficamos assim abraçados por um longo tempo, como se não existisse mais ninguém à nossa volta, senti-te abraçar-me como quando eu era tua.
Até que me disseste:-”Vi a tua mensagem”, e eu disse :” Que bom que vieste” Trocamos algumas palavras e afastamo-nos, com um “ate ”.
Fui pedir outra vodka limão, agora precisava mesmo de beber. Estava eufórica, não sentia o coração saltar do peito, mas estava feliz, muito feliz, ainda duvidava que estivesses ali. Procurei-te para ter a certeza que não tinhas desaparecido como da ultima vez.
Continuavas no bar, mas vi com surpresa, que a minha amiga se tinha aproximado de ti, e conversavam os dois... Senti ciumes sim, aliás já tinha suspeitado de algo, mas...não tinha certeza de nada.
Aproveitei o meu estado de embriaguez, e dirigi-me bem para o vosso meio, olhei-te nos olhos. Mais uma vez nos abraçamos, conversamos muito, disse-te tudo aquilo que te queria dizer à quase um ano atrás, também me disseste o que pensavas de nós e porque te afastaste, falamos tanto coisa, voltamos a uns tempos distantes, mas que nos lembrávamos muito bem, e nesse momento quase nos beijamos, consegui sentir a tua boca quente à procura da minha que estava desejosa por ti, mas sabíamos que não podíamos voltar, não podíamos repetir tudo outra vez.
Entretanto, o teu amigo aproximou-se de nos, bem na hora que já sentia os teus lábios nos meus.
Deixaste-nos sós, sentamo-nos e conversamos a noite toda, escusado será dizer sobre quem falamos.
Esta a ser uma noite fantástica, mais do que imaginei que seria, deixei de beber e já começava a sentir-me mais sóbria.
Tu estavas um pouco afastado, mexias-te ao som da musica, ate que a minha amiga se aproxima de ti e começa com a dança de sedução, conheço bem essa dança. Irritou-me, fiquei possuída. O teu amigo tentou acalmar-me, mas quando a vi a aproximar a boca dela à tua, foi muito mau...Já não estava irritada, estava magoada e as lágrimas caiam-me, o peito doía, não queria acreditar naquilo. O teu amigo abraçou-me , estava a doer demais e as lágrimas que não paravam de correr, foi mau , foi muito mau, doeu muito, queria sair dali. Agora tinha a certeza, ela estava mesmo interessada em ti, ou será que já não se tinha passado mais alguma coisa antes daquele dia?
O bar estava prestes a fechar e vocês desapareceram, ate que nos saímos, o teu carro ainda la estava, mas o dela, não. Eu não estava a acreditar no óbvio. A minha amiga? Porra, eu sei que não és meu, sei que ela é livre de estar com quem quiser, mas porra, ela sabe o que sinto por ti, o que tu significas para mim, se queria estar contigo, que fosse longe de mim. Magoou-me sim, mais ela do que tu, afinal, não tens qualquer relacionamento comigo, mas ela é minha amiga.
O teu amigo perguntou se eu estava preparada para ver algo que não gostasse, e isso me fez acreditar mais ainda no que poderiam estar a fazer naquele momento.
Ele sugeriu que fossemos ate a casa dele, que vocês apareceriam la. Também não havia muito mais a fazer, uma vez que não atendiam os telemóveis.
Passados trinta minutos o meu telemóvel tocou, atendeu-te o teu amigo, eu não queria falar nem contigo nem com ela. De repente ela aparece, pára o carro e diz-me para entrar, não quis, não podia olhar para ela, afastei-me e mal lhe falei, não queria -la, queria que ela desaparecesse, não importava como eu ia para casa, nem estava preocupada com isso. Ela foi-se embora...
Chegamos à casa do teu amigo, estavas tu a estacionar o carro, subimos e o teu amigo voltou a descer para ir buscar cerveja a uma bomba.
Obviamente que te ia falar do que se passou, e conversamos e as contradições começaram logo ali...Aproximaste-te de mim...Adoro a maneira como me olhas quando te aproximas...e prendes o meu corpo no teu, e...
A campainha tocou...segundos depois apareceu o teu amigo, que fez questão de nos dizer para arranjarmos a cobertura do sofá que se arrastava pelo chão... Estivemos os três a jogar conversa fora, ate que ele resolve ir dormir.
estávamos os dois, novamente sós, com o nosso desejo, com a vontade louca de nos entrelaçarmos ate amanhecer...
E depois ficou a promessa...

1 comentário:

Inês e Mafalda disse...

Ui. E qual foi a promessa?