sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Estranha forma de vida


Hoje fui tomar café com uma amiga, aquela amiga de infância que tem acompanhado a minha vida desde então. Fomos pôr a conversa em dia, como se costuma dizer.
A dada altura , ela pergunta-me como estava o meu casamento. Apenas respondo:" Como o costume, como desde à uns anos para cá"
O meu casamento! Mas que casamento?
Isto levou-me a pesquisar sobre o que é o casamento.
Já tivemos um casamento é verdade, mas isso foi à alguns anos atrás, hoje temos um papel que foi assinado e aparentemente uma vida em comum. Vivemos na mesma casa, dividimos despesas e criamos os filhos. Nada mais existe.
Não há amor, nem intimidade, nem amizade, nem companheirismo, nem troca de ideias...nada!
E eu espero...espero que um dia isto tudo acabe.
Espero que um dia ele me diga, que vai ser feliz, porque eu quero muito que ele seja feliz, e sei que comigo não esta a ser.
Gostava de saber porque que ele continua preso a um casamento que não existe à tantos anos. Talvez pela mesma razão que eu. Falta de coragem para dar o primeiro passo, porque eu tenho quase a certeza que no dia que um de nós os dois nos sentarmos para conversar sobre isto, a decisão de nos separarmos vai ser inevitável.
Enquanto esse dia não chega, vou sendo feliz à minha maneira.
É difícil de entender, mas nem mesmo eu entendo como ambos temos suportado isto durante tanto tempo...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Adoro quando as noites me surpreendem


Nada previa este desfecho.
Esta noite tinha saída, jantar com algumas amigas, embora o objectivo principal fosse passar naquele bar. Um bar que nem me seduz nada, mas comprometi-me a aparecer e a causa também era mais que valida.
Durante o jantar do dia anterior, falaram-me que ias aparecer lá, tinha as minhas dúvidas, sinceramente não acreditei que aparecesses.
Lembrei-me da primeira e única vez que te vi depois de tudo terminar. Já não te via à quatro meses e apareceste sem eu contar, sem estar à espera. Foi num evento de uma amiga comum. Vi-te entrar com esse olhar que me embriaga e desviei o meu, senti-te aproximar, vieste me comprimentar e senti o meu coração disparar em todas as direcções o meu corpo tremia tanto que tive medo que o sentisses. Afastei-me, fui conversar com umas colegas, só para me manter ocupada. Fui buscar uma taça de champanhe e cruzei-me contigo, mesmo de frente, desviei o olhar, fugi, observava-te de longe, conversavas com uma amiga minha, e confesso que senti um pouco de ciumes...depois desapareceste e os meus olhos procuravam-te por todo o lado, mas já tinhas saído.
Lamentei não ter falado contigo, zanguei-me, fui infantil, fui parva, idiota, devia ter agido com naturalidade, ter disfarçado, mas não consegui, eu queria, mas o corpo não me levou a ti, o peito ainda batia forte, desesperado, ainda te chamava...Talvez o factor surpresa tenha provocado isto, ou talvez não.
Bem, mas isso já passou, e hoje depois de outro tanto tempo, vou sair, vou tentar divertir-me.
Hoje até me sinto bonita, aliás vou por-me mais bonita do que me sinto, a causa da minha saída merece.
Tomei um banho relaxante, vesti o meu top amarelo, que diga-se de passagem, tem um decote bastante atrevido, as calças brancas e umas sandálias de salto alto também brancas. Senti-me uma jovem. Preparei-me para mim, coisa que raramente faço.
Chegamos ao restaurante e pedimos jantar para quatro. O ambiente era agradável e a conversa interessante, e é claro que passou por ti. Uma das minhas amigas confirmou o que eu tinha a certeza, tu não irias ao bar, tinhas lhe dito esta tarde, mais do que uma vez afirmaste que não.
Foi um jantar muito agradável a comida estava deliciosa, o Muralhas melhor ainda, bebemos razoavelmente bem, tomamos café e como não podia faltar, um licor beirão com duas pedras de gelo. No final ainda aceitamos o desafio do dono do restaurante para experimentar o shot da casa. Sempre que bebo um shot fico no ponto. Sim, já me sentia a chegar aquele ponto que eu gosto de estar quando saiu e quero divertir-me.
Entretanto já tinha recebido várias chamadas das minhas colegas que se encontravam no bar, fiquei de la estar ás 23horas e o relógio já marcava mais uma.
Saímos do restaurante e ainda passamos num café, eu e uma das minhas amigas dirigimos-nos ao bar, que estava completamente cheio, impossível alguém se mexer, tinha realmente superado as nossas expectativas.
Os meus colegas estavam mesmo na entrada, eu sentia-me bastante alegre, obviamente com a ajuda do álcool que tinha ingerido, pronta para me divertir, era esse o propósito.
Fui buscar uma bebida, vodka limão, para acalmar o calor que percorria o meu corpo e para acalmar o meu pensamento, não queria pensar em nada, embora tu insistisses em permanecer na minha cabeça.
Olhei o relógio do telemóvel, marcava 2h, não pensei em mais nada, apenas que te queria ali. Quando dei conta já te tinha enviado uma mensagem a dizer para ires la ter. Imaginei que já estarias em casa, provavelmente a dormir, mas ficaria a certeza de que no dia seguinte irias saber que eu te desejei.
Poucos minutos depois, ouço o meu nome, mesmo atrás de mim, virei-me e la estavas tu, lindo, com um sorriso aberto, e aquele olhar que tão bem conheço. Caí nos teus braços, um impulso levou-me a abraçar-te e ficamos assim abraçados por um longo tempo, como se não existisse mais ninguém à nossa volta, senti-te abraçar-me como quando eu era tua.
Até que me disseste:-”Vi a tua mensagem”, e eu disse :” Que bom que vieste” Trocamos algumas palavras e afastamo-nos, com um “ate ”.
Fui pedir outra vodka limão, agora precisava mesmo de beber. Estava eufórica, não sentia o coração saltar do peito, mas estava feliz, muito feliz, ainda duvidava que estivesses ali. Procurei-te para ter a certeza que não tinhas desaparecido como da ultima vez.
Continuavas no bar, mas vi com surpresa, que a minha amiga se tinha aproximado de ti, e conversavam os dois... Senti ciumes sim, aliás já tinha suspeitado de algo, mas...não tinha certeza de nada.
Aproveitei o meu estado de embriaguez, e dirigi-me bem para o vosso meio, olhei-te nos olhos. Mais uma vez nos abraçamos, conversamos muito, disse-te tudo aquilo que te queria dizer à quase um ano atrás, também me disseste o que pensavas de nós e porque te afastaste, falamos tanto coisa, voltamos a uns tempos distantes, mas que nos lembrávamos muito bem, e nesse momento quase nos beijamos, consegui sentir a tua boca quente à procura da minha que estava desejosa por ti, mas sabíamos que não podíamos voltar, não podíamos repetir tudo outra vez.
Entretanto, o teu amigo aproximou-se de nos, bem na hora que já sentia os teus lábios nos meus.
Deixaste-nos sós, sentamo-nos e conversamos a noite toda, escusado será dizer sobre quem falamos.
Esta a ser uma noite fantástica, mais do que imaginei que seria, deixei de beber e já começava a sentir-me mais sóbria.
Tu estavas um pouco afastado, mexias-te ao som da musica, ate que a minha amiga se aproxima de ti e começa com a dança de sedução, conheço bem essa dança. Irritou-me, fiquei possuída. O teu amigo tentou acalmar-me, mas quando a vi a aproximar a boca dela à tua, foi muito mau...Já não estava irritada, estava magoada e as lágrimas caiam-me, o peito doía, não queria acreditar naquilo. O teu amigo abraçou-me , estava a doer demais e as lágrimas que não paravam de correr, foi mau , foi muito mau, doeu muito, queria sair dali. Agora tinha a certeza, ela estava mesmo interessada em ti, ou será que já não se tinha passado mais alguma coisa antes daquele dia?
O bar estava prestes a fechar e vocês desapareceram, ate que nos saímos, o teu carro ainda la estava, mas o dela, não. Eu não estava a acreditar no óbvio. A minha amiga? Porra, eu sei que não és meu, sei que ela é livre de estar com quem quiser, mas porra, ela sabe o que sinto por ti, o que tu significas para mim, se queria estar contigo, que fosse longe de mim. Magoou-me sim, mais ela do que tu, afinal, não tens qualquer relacionamento comigo, mas ela é minha amiga.
O teu amigo perguntou se eu estava preparada para ver algo que não gostasse, e isso me fez acreditar mais ainda no que poderiam estar a fazer naquele momento.
Ele sugeriu que fossemos ate a casa dele, que vocês apareceriam la. Também não havia muito mais a fazer, uma vez que não atendiam os telemóveis.
Passados trinta minutos o meu telemóvel tocou, atendeu-te o teu amigo, eu não queria falar nem contigo nem com ela. De repente ela aparece, pára o carro e diz-me para entrar, não quis, não podia olhar para ela, afastei-me e mal lhe falei, não queria -la, queria que ela desaparecesse, não importava como eu ia para casa, nem estava preocupada com isso. Ela foi-se embora...
Chegamos à casa do teu amigo, estavas tu a estacionar o carro, subimos e o teu amigo voltou a descer para ir buscar cerveja a uma bomba.
Obviamente que te ia falar do que se passou, e conversamos e as contradições começaram logo ali...Aproximaste-te de mim...Adoro a maneira como me olhas quando te aproximas...e prendes o meu corpo no teu, e...
A campainha tocou...segundos depois apareceu o teu amigo, que fez questão de nos dizer para arranjarmos a cobertura do sofá que se arrastava pelo chão... Estivemos os três a jogar conversa fora, ate que ele resolve ir dormir.
estávamos os dois, novamente sós, com o nosso desejo, com a vontade louca de nos entrelaçarmos ate amanhecer...
E depois ficou a promessa...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mas que sentimento este



Mas que poder tens tu de me tirar a razão, de me tirar o sossego, de me enlouquecer?
Que sentimento é este, tão intenso, tão profundo?!
Dizer que te amo, não sei se é a palavra certa. Paixão? Talvez. O que eu sei é que é muito bom!
Fazes-me muito bem e muito mal. Saber explicar o que isto é...não sei.
Fizeste-me viver novamente, despertaste em mim sentimentos que julgava não voltar a sentir. Fizeste-me feliz, sentir desejada, sentir-me mulher, amada... hoje, fazes-me falta, fazes-me sofrer com a tua ausência, com o teu silêncio, fazes-me chorar de saudade...
Não sei o exacto momento da nossa história em que o sentimento surgiu. Apenas sei que sentia a tua falta.
Foi tudo muito rápido, muito inesperado, deixei-me envolver, entreguei-me a essa paixão sem medir consequências...mas que importavam as consequências? Decidi viver o momento, e outro, e mais outro...e muitos outros vieram! Se ia sofrer? Provavelmente sim! Não importava, seria mais tarde, depois trataria desse sentimento de dor.
Fomos loucos sim, vivemos momentos de grande desejo e paixão...as nossas loucuras secretas, sem hora, sem local, sem parar para pensar...a emoção envolvida pelo perigo, deixávamos o instinto nos guiar, sem regras, sem limites, sem juízo, fomos bons sim...
Sinto falta do teu abraço, dos teus beijos, do carinho, daquele aconchego, daquela paixão, da loucura, amor, sexo...sinto falta de ti, apenas de ti.
Fecho os olhos e ainda vejo a maneira como me olhavas, ainda sinto essas mãos apressadas e atrevidas a percorrer o meu corpo, a tua boca a procurar a minha, ainda sinto todo esse momento em que me tomavas como tua.
Sabia que um dia teria que acabar, mas não queria que acabasse.
Passaram os dias, os meses, e ainda te procuro na multidão, ainda espero encontrar-te a cada dia que me levanto.
Que sentimento tão estúpido...se isto me faz sofrer, porque ainda te abrigo em mim? Porque ainda te quero? Porque ainda espero o telemóvel tocar a cada momento? Porque que ainda passo as noites a chorar de saudade e a sonhar contigo? Não sei explicar que sentimento é este, só sei que não segue os rumos da razão.
Tu foste e eu continuo à tua espera. Espero que voltes hoje, amanha ou depois, espero sempre! Vem , eu desejo-te, vem sem condições, sem exigências, sem cobranças, sem certezas. Mas vem.
Eu preciso de ti, não precisa de ser para sempre, vem, mesmo que por uns instantes...quero-te!
Quero embriagar-me nesta ilusão, deixa-me enlouquecer contigo, viver este sonho, neste meu pedacinho de vida!
Mas que sentimento este...

Escuta-me



"Estou aqui à várias horas e sinceramente não sei por onde começar, mas agora que comecei, sei que difícil vai ser conseguir parar.
A pergunta que te fiz à pouco, foi só para te fazer entender que provavelmente, não pensaste bem na resposta que deste, como é que irias arranjar tempo? Já pensaste nisso? A menos que consideres mais importante ir ao meu funeral do que ir tomar café comigo...e não é ironia, é a realidade, não quero que te zangues comigo, a serio.
Queria sim, naquela altura, tomar café contigo, porque sentia necessidade de te dizer o quanto foste importante para mim, e para entenderes tudo aquilo que eu fiz. Era importante para mim que tu soubesses.
Acho que és uma pessoa espetacular, e por isso gostava de ter a tua amizade, mas também já percebi à muito tempo que isso não te interessa minimamente, na boa! Sempre me disseram que amizade não se pede, e eu pedi-ta várias vezes...se não queres, respeito isso, de verdade.
Desculpa estar a falar tudo isto, eu sei que não "nos conhecemos", mas hoje preciso que me escutes...estou mal, estou péssima, às vezes só me apetece desaparecer...parece que ninguém me entende, que o mundo está todo contra mim...tudo me corre mal...está tudo a acontecer ao mesmo tempo...
Que droga de vida!...
Preciso tanto que me escutes, percebes? Que apenas escutes os meus disparates ( eu sei seria um psicólogo) mas não , ainda não, eu sei que isto amanhã passa, sei que vou acordar mais forte do que nunca... mas hoje estou assim, sinto-me a pior pessoa do mundo... Regeitada...ignorada...triste...magoada...e com uma vontade enorme de morrer...
Não imagino o que deves estar a pensar de mim...mas sabes que às vezes é bem mais fácil falar com quem "não nos conhece", e se calhar também porque eu tenho muita dificuldade em dizer aquilo que penso ou que sinto, então torna-se mais fácil estar aqui a escrever...
Desculpa se estou a incomodar, não é essa a intenção, nem precisas dizer nada, aliás, nem espero que digas alguma coisa, já me habituas-te a isso.
Sabes, há coisas nesta vida que me revoltam, como o facto das pessoas serem demasiado egoístas e materialistas, sem se incomodarem se os outros estão bem ou não... ás vezes é tão fácil fazer os outros felizes, por vezes basta um simples " ola tudo bem? ",ou como já te disse uma vez " as vezes é bom sabermos que alguém se lembra de nós", mas pensar nos outros dá muito trabalho...ás vezes acho que não sou nada normal, porque me preocupo com quem não devo, e quando falo em preocupação, é mesmo verdadeira, sem segundas intenções, sem querer nada em troca... à uns anos uma colega disse-me uma coisa que nunca mais esqueci, disse-me: " obrigada pela tua amizade gratuita "...
Sou uma pessoa triste sim e magoada com a vida porque ela já me roubou muitas coisas, toda a alegria e maluqueira que conheces-te em mim... normalmente as pessoas tristes e carentes usam "essa capa" para se protegerem.
Eu gosto muito de ti, gosto mesmo, não sei explicar-te porquê, e a primeira vez que te vi, o que me chamou a atenção foram os teus olhos, senti-os tristes...
Preciso muito da tua amizade, sim...
Preciso muito do teu abraço, sim...
E gostava muito de poder contar contigo, para, quem sabe um dia, me fazeres parar a tal lágrima.
Sinceramente acho que nunca foste incorrecto comigo, só me sinto magoada contigo e já sabes porquê...
Continuo sim à espera do tal café, que provavelmente já não vai ter o mesmo sabor, mas se algum dia tiveres disponibilidade para o tal café, eu estou aqui, mas só quero que venhas se for por ti, não venhas porque alguém te lembrou de mim...
Se precisares de alguma coisa, já sabes que podes sempre contar comigo. Não leves a mal o que te estou a dizer, amanhã " ponho a minha capa" e já esqueço que hoje me sinto magoada.
Fica bem"
Luana

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Perdida em mim


Estou perdida em mim
Não sei quem sou
Não me encontro
Não me defino
Olho para dentro de mim
E vejo tudo e nada
Vejo tudo o que queria ser
E não sou
Vejo que nada disso eu sou
Sinto uma vontade louca de voar
De fugir de mim
De me encontrar, de me identificar
Quem sou?
Um ser perdido que não se encontrou